Editorial 2023

Antonio Reis

Caros Associados

Iniciado mais um ano dirijo-me a todos vós antes de mais para vos desejar um Bom Ano.

Sabemos todos que a conjuntura económica, mundial e sobretudo europeia, não é a mais favorável ao retomar da atividade do setor para níveis anteriores aos da pandemia, sendo certo que esses já estavam longe de serem bons.

Infelizmente o nosso país acaba sempre por sofrer mais que outros quando ocorrem períodos de recessão atenta a nossa frágil economia o que determina que as empresas, mormente as de menor dimensão, se vejam a braços com dificuldades difíceis de ultrapassar, sendo que, neste momento e atento o que já se sabe, as previsões apontam para que o ano de 2023 não permita um grande crescimento do setor do ensino da condução, com as EEEC a enfrentar um período de grande instabilidade económica. A previsível recessão é uma preocupação para o setor, em especial, se a aposta global na segurança e formação rodoviária for a última das preocupações do governo.

A gestão descontinuada e repartida do IMT e a, pelo menos aparente, vontade de assumir responsabilidades de regulação e regulamentação por forma responder às necessidades concretas das escolas de condução e do cidadão, têm sido causas das indefinições e descontrole que assola a nossa área de atuação. O permanente recurso a soluções exclusivamente inspetivas e sancionatórias quantas vezes sem aderência legal, em nada têm contribuído para a estabilidade e desenvolvimento das empresas do setor.

Atento tudo aquilo com que teremos de contar, será nossa obrigação, da ANIECA e de todas as EEEC associadas, lutar em conjunto para procurar obter as melhores condições à prossecução da sua atividade, tendo como fim último a preparação de bons condutores. Mas este objetivo não pode ser prosseguido com descontrole na gestão da sustentabilidade das escolas de condução, insistindo em fazer um baixo cálculo de custos dos serviços fixados para a habilitação de condutores, prática que apenas gera maiores dificuldades às EEEC bem como uma concorrência não saudável entre as escolas de condução, levando à perda de dignidade do setor e à desconfiança dos novos candidatos bem como da sociedade em geral. Urge mudar tais práticas e praticar os preços justos pelo importante serviço do ensino da condução. É da responsabilidade de cada associado a escolha da via a seguir. A ANIECA estará sempre ao lado das EEEC e tudo fará na procura e prossecução de melhores condições de desenvolvimento da atividade do ensino da condução.

Em 2023, a ANIECA vai apostar no desenvolvimento de atividades especificas e abrangentes que proporcionem melhor formação aos condutores, instrutores, empresários e examinadores. Um setor mais qualificado é um setor mais resiliente e mais bem preparado para as adversidades.

A ANIECA persistirá, incansavelmente, na defesa dos interesses do setor junto das Entidades Governativas e das Autoridades de regulação e fiscalização e nunca abdicará de, junto das mesmas, exercer o seu papel de parceira e não mera destinatária de instruções.

Apostar na segurança rodoviária – “Zero Vítimas nas Estradas” – e defender intransigentemente a sustentabilidade económica das EEEC é o desígnio e compromisso assumido por esta Direção para 2023.

Com os melhores cumprimentos e saudações associativas.

O Presidente da Direção

António Reis